Liderar à distância é uma atividade que trouxe diversos desafios aos gestores, muitos dos quais se adaptaram a essa realidade “forçadamente” devido à pandemia que teve início em 2020, momento no qual parte das empresas teve de abandonar os escritórios e adotar o home office.
Embora tenhamos voltado à normalidade e a pandemia tenha oficialmente acabado, o trabalho remoto e o regime híbrido continuam sendo adotados por diversas empresas.
Por isso, para essas organizações, é essencial contar com gestores remotos que saibam manter os colaboradores engajados, as entregas em dia e as atividades sendo executadas com excelência.
Conversamos com Daniela Flôres, gestora da Plataforma Solution e das equipes de planejamento e orientação do Pecege sobre o tema. Continue a leitura e saiba mais!
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Liderar a distância é… liderar
Liderar a distância é, acima de tudo, liderar – ou seja, ser capaz de orientar seu time na busca por resultados, oferecendo um ambiente de trabalho agradável e propício à execução de suas tarefas.
Isso porque o bom líder é um gestor de pessoas, e isso se aplica tanto no trabalho presencial quanto no remoto – afinal, as práticas são as mesmas, porém adaptadas a esse novo cenário.
Além das habilidades tradicionais exigidas pela posição, como ter uma boa comunicação e saber motivar, o líder remoto deve ser empático, flexível e transparente para assim construir uma relação de confiança com seus liderados.
O que vai contribuir para que a ideia do trabalho remoto seja realmente aplicada, com o colaborador tendo, a distância, uma experiência e interação próximas àquelas que teria no escritório.
É claro que a liderança remota também traz desafios aos gestores. Confira quais são no próximo tópico.
Equipes remotas e o desafio da comunicação
Como falamos acima, liderar a distância é, em essência, liderar. Mas o distanciamento físico entre líder e colaborador traz desafios, sendo o principal as falhas que podem surgir na comunicação.
Quando estamos trabalhando presencialmente, entender a mensagem que o outro está passando é muito mais fácil, já que podemos acompanhar sua linguagem corporal, tom de voz e expressões faciais – algo que não acontece nas conversas por e-mail ou chat.
Além disso, oferecer ao funcionário da empresa o suporte necessário para que execute suas tarefas pode ser desafiador, e requer atenção. Isso porque os profissionais buscam no líder alguém para orientá-los, e isso requer o contato constante, ou seja, reforça a necessidade de uma boa comunicação com os membros da equipe.
Também, acompanhar o que a equipe está produzindo pode ser mais difícil – afinal, o líder não consegue ver com os próprios olhos a quais tarefas o colaborador está se dedicando.
O trabalho remoto trouxe mais autonomia aos profissionais, mas é importante que o gestor utilize ferramentas que o auxiliem a estar a par do andamento das atividades de seus colaboradores.
Conversamos com Daniela Flôres, gestora da Plataforma Solution e das equipes de Planejamento e Orientação do Pecege sobre os desafios que enfrentou enquanto liderava remotamente.
“Enfrentei um grande desafio ao implementar a transição dos processos e ferramentas para o ambiente online, além de liderar simultaneamente três equipes ao longo de três anos”, afirma a gestora.
Isso ilustra que o processo de adaptação ao trabalho remoto também foi um desafio que os líderes enfrentaram quando a pandemia chegou, ainda mais levando em consideração que tinham de manter as entregas em dia e continuar trazendo resultados apesar do novo cenário.
3 atitudes essenciais para liderar a distância
Apesar dos desafios em liderar a distância que citamos acima, existem três atitudes que podem ser tomadas pelo gestor e que tornam mais fácil essa atividade. Confira abaixo:
1- TRANSPARÊNCIA: essa é uma via de mão dupla. A transparência deve ser praticada pelo gestor para com seus colaboradores, o que estimula os funcionários a serem transparentes com ele também.
Deixar claro quais são os objetivos de um projeto, o que se espera de cada colaborador e o porquê de determinada mudança é essencial para que os funcionários se sintam à vontade para transmitir ao gestor quais são suas dificuldades e o que precisam para executar as atividades planejadas.
2 – CONFIANÇA: é uma consequência da transparência e fundamental na liderança a distância. O gestor precisa transmitir aos funcionários a certeza de que podem contar com ele para orientá-los e resolver conflitos, mesmo que não estejam fisicamente no mesmo ambiente.
Também, o colaborador precisa saber que o líder possui confiança nele, em suas habilidades e capacidade de realizar entregas cumprindo os prazos acordados e atingindo as metas estabelecidas. Nesse sentido, o líder com perfil mais controlador com certeza terá mais dificuldades.
3 – FLEXIBILIDADE: quando se está em home office, diversos fatores influenciam na rotina do profissional, como ter de cuidar dos filhos, conciliando o seu ambiente de trabalho com a própria casa.
Por isso, é importante que haja flexibilidade por parte do líder para com os liderados, se isso for o melhor para que mantenham tanto suas entregas em dia quanto a qualidade de vida.
É claro, há quem prefira manter o horário de trabalho tradicional. Mas, permitir que os colaboradores adaptem seu trabalho à sua rotina pode fazer a diferença.
Estratégias para a gestão remota
Daniela Flôres nos contou algumas das estratégias que adotou durante o período em que teve de liderar a distância, entre elas a de ser acessível para seus liderados não apenas por e-mail ou chat.
“No início, realizei reuniões periódicas para ajustar os processos e mantive-me sempre disponível nos canais de comunicação da equipe. Resolvia as demandas o mais rápido possível e, em casos urgentes, solicitava que os colaboradores me ligassem”, aponta a gestora.
Com essa fala, podemos ver a importância da comunicação para a liderança a distância, assim como da proatividade do gestor em agilizar a resolução de problemas e entrega das demandas que chegam até ele vindas de seus liderados.
Trazemos abaixo, também, duas estratégias que vão auxiliar os líderes cujo contato com os colaboradores se dá de maneira remota. São elas:
– Realizar reuniões periódicas fixas por videochamada, tanto com a equipe completa quanto 1-1: estabelecer horários fixos semanais para discutir com os colaboradores o andamento das atividades que estão executando serve para manter todos os membros do time informados, e é uma excelente forma de promover o diálogo.
Já as conversas individuais vão contribuir para que o gestor saiba quais as necessidades do colaborador, suas dificuldades e pontos que ele pode não se sentir à vontade para abordar nas reuniões em grupo.
Além disso, a videochamada permite que rostos sejam vistos e vozes ouvidas, o que contribui para que sejam estabelecidas conexões entre líder e liderados, que poderão se expressar mais naturalmente e ser interpretados de forma diferente da feita por um e-mail, por exemplo.
– Fazer uso da tecnologia: quando a pandemia de Covid-19 começou, a tecnologia foi a grande responsável por manter “tudo funcionando”, tendo passado inclusive por grandes avanços no período para atender às demandas que surgiram.
Já existem diversas ferramentas que contribuem para a gestão de equipes remotas, como o Microsoft Teams, que permite realizar videochamadas em grupo, além de servir como um chat, e o Miro, uma plataforma de colaboração visual entre equipes.
Até o treinamento dos colaboradores foi aprimorado, podendo ser feito à distância em plataformas como o Solution for Business, e que permite ao gestor acompanhar a evolução e o desempenho dos colaboradores por meio de um dashboard.
O que aprendi liderando a distância
Há um ditado que diz que “tudo é aprendizado” – e isso se aplica também aos desafios e dificuldades enfrentados pelos gestores para liderar equipes à distância, um cenário no qual muitos ainda permanecem.
Além da importância de adotar atitudes como transparência, confiança e flexibilidade, aprender novas ferramentas e estratégias de comunicação, o trabalho remoto mostrou como o ser humano pode se adaptar para tirar o melhor das dificuldades.
“Fiquei impressionada com a capacidade de adaptação das pessoas diante das adversidades. Elas se mostraram criativas e dispostas a ajudar, aprendendo novas ferramentas ao longo do processo”, comenta Daniela Flôres.
Então, mesmo com todos os desafios que os líderes podem enfrentar para liderar suas equipes remotas, há a certeza de que essas dificuldades podem ser superadas.
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