Apesar de ser um tema que vem sendo discutido desde o século passado, as metodologias ativas de aprendizagem e ensino têm ganhado espaço na atualidade, principalmente se levarmos em conta os desafios enfrentados pelos educadores nos últimos anos.
Afinal, o que são metodologias ativas?
Esse é um conceito que foi abordado por teóricos como Paulo Freire, e que consiste em colocar o estudante como protagonista do processo de aprendizagem. Ou seja, ele deixa de receber conhecimento passivamente e passa a atuar como “gestor” do seu saber.
Cabe ao professor despertar o interesse do estudante e cativá-lo, levando-o a se envolver nesse processo, sendo que o aprendiz fará isso por meio da descoberta, investigação e resolução de problemas.
Tendo isso em mente, o aluno passará a ter que pensar para encontrar soluções, desenvolvendo conhecimento e conceitos para as situações criadas. Além disso, ele vai aprimorar seu senso crítico e a interagir com o mundo, entre outros benefícios.
Isso porque cada pessoa – seja ela adulto, adolescente ou criança – vai aprender de uma forma diferente, dependendo da sua realidade, o que contribui também para que os estudantes conheçam os diferentes contextos nos quais cada um está inserido.
Principais conceitos
De acordo com o professor, pesquisador e orientador José Moran, em artigo publicado no site da ECA/USP, as metodologias ativas podem ser compreendidas por meio de três conceitos-chave: maker, designer e empreender.
Maker significa explorar o mundo de forma criativa e ao mesmo tempo reflexiva, utilizando todos os recursos que estiverem disponíveis naquele momento. Já designer é desenhar soluções e atividades de aprendizagem, e empreender testar essas ideias rapidamente, corrigindo possíveis erros e fazendo algo significativo.
José Moran também afirma que para que as metodologias ativas façam sentido, devem ser inseridas em um cenário de mudança estruturada e sistêmica, o que fará com que elas contribuam no redesenho das formas de ensinar e aprender.
As principais metodologias
Conheça abaixo as principais formas pelas quais as metodologias ativas podem ser aplicadas, de acordo com José Moran:
– Sala de aula invertida: já estamos acostumados ao jeito tradicional dos professores ensinarem – o conteúdo principal é apresentado por eles em sala de aula, e depois os estudantes exploram o assunto com exercícios e leituras complementares.
Na sala de aula invertida é feito o contrário – o aluno pesquisa sozinho os principais conceitos e teorias sobre o tema proposto pelo professor, e assim se prepara para o conhecimento aprofundado que será transmitido em sala de aula, por meio de atividades envolvendo o professor e os demais estudantes.
– Aprendizagem baseada em projetos: aqui os alunos têm de encontrar a resposta para um questionamento ou desenvolver um projeto de curta ou longa duração, agindo sozinhos ou em grupos para alcançar o objetivo final.
Essa forma de aprendizagem permite que eles desenvolvam seu senso crítico, além da criatividade, aprendendo que não existe uma única forma de se chegar a uma conclusão ou mesmo desenvolver e construir algo.
– Aprendizagem baseada em times: esse é um método que se inicia com os alunos estudando sozinhos o tema proposto pelo professor, e em seguida passando por uma avaliação individual.
A próxima etapa é a discussão em grupo, onde os estudantes compartilham entre si o que cada um aprendeu, construindo o conhecimento. Há o acompanhamento do professor, que também faz a mediação final, onde complementa os pontos que ainda estão em aberto.
– Aprendizagem baseada em narrativas, jogos, gamificação e maker: aprender por meio da narrativa de histórias é algo antigo e, hoje em dia, com os recursos digitais, é possível fazer isso por meio de diversas linguagens, como vídeos e podcasts, de forma a desenvolver o pensamento crítico.
Já os jogos permitem que os estudantes aprendam brincando, desenvolvam estratégias e saibam encontrar soluções para passar por diferentes etapas, trabalhando em equipe ou sozinhos.
A gamificação consiste em utilizar elementos de jogos dentro do ambiente acadêmico, trazendo benefícios como o feedback imediato – o estudante sabe na hora se acertou a pergunta de um quiz, por exemplo.
Por fim, o maker, que significa “fazer”, é o estimular tanto estudantes quanto professores a gerarem e aprimorar seus próprios projetos.
Como é possível perceber, as metodologias ativas, além de focarem no desenvolvimento do pensamento crítico, também levam em considerações atividades práticas, que abordam pontos da realidade vivida pelo estudante.
Juntas, essas duas formas de aprender contribuem para a formação de uma pessoa capacitada para lidar não apenas com questões acadêmicas, mas também com aquelas relacionadas à vida, ao mundo fora da escola.
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