O “Storytelling” é uma metodologia que pode ser utilizada em diversas áreas do mundo atual – afinal, quem não gosta de uma boa história?
É por isso que identificamos o uso do método na publicidade, na política, nas redes sociais e até nas religiões. É sempre bom lembrarmos que não há religiões sem narrativas e, inclusive, com história de sacrifícios e ressurreição, conforme as fases clássicas da Jornada do herói descrita por Campbell.
O que poucos se dão conta, é que também podemos fazer uso do “storytelling” em sala de aula, também podemos envolver e persuadir o nosso público com histórias pedagógicas. Mas, como podemos aplicar o “storytelling” em sala de aula?
O professor do século XXI não pode mais se satisfazer apenas “dando” aula por uma simples razão: nem tudo que é dado é aceito. Outro exemplo que se pode associar é quando ao caminhar pelas ruas do centro da cidade, é natural que nos queiram dar dezenas de panfletos diversos. Raramente eu aceito, ou seja, é dado, mas eu não quero.
A mesma reação pode ocorrer com sua aula, professor! Infelizmente, é duro de dizer, mas o fato é que você pode estar sendo um panfleteiro na esquina da sua sala de aula.
Mas, qual é a solução desta questão?
A resposta é simples, mas a realização nem tanto. O seu aluno precisa querer receber sua aula – na verdade, precisa desejar ter seu conhecimento para si.
As metodologias ativas aparecem como recursos modernos que podem transformar suas aulas em atividades envolventes, participativas, inquietantes, desafiantes e, por isso, desejadas. Alguns métodos podem ser citados, como: gamificação, sala de aula invertida, PBL, “Maker” e o “storytelling”, os quais estão fazendo a diferença atualmente em sala de aula e engajando os alunos.
O “storytelling”, por exemplo, propõe que o professor faça uso de narrativas seguindo as técnicas utilizadas nos filmes, séries e livros de grande sucesso. Há métodos para isso, e o mais célebre é a “Jornada do Herói”, uma sequência típica que se faz presente nas grandes sagas, lendas e mitos da humanidade.
Joseph Campbell, o grande mitólogo americano, foi quem compilou essa clássica estrutura no seu livro “O herói de mil faces” (1949), mas quem a popularizou foi o cineasta Christopher Vogler ao “traduzi-la” em um manual para roteiristas que acabou norteando dezenas de produções cinematográficas (Mulan, Matrix, Rei Leão, etc.).
O “storytelling” é uma metodologia que pode (e deve) ser trazida para a sala de aula por uma razão bastante óbvia: todo mundo ama boas histórias. Portanto, se o professor utilizar técnicas que exploram o uso de narrativas em sua aula, certamente haverá envolvimento dos alunos de tal forma que, não só o tempo passará rápido e a aprendizagem ocorrerá, mas, principalmente, os alunos vão ficar contando os dias para a próxima aula.
Artigo escrito pelo professor Max Franco, responsável pelos cursos Introdução a metodologias ativas e Storytelling e suas aplicações, ambos disponíveis na Plataforma Solution.