5 dicas para construir uma estratégia de BI

Construir uma estratégia de BI (Business Intelligence ou Inteligência de Mercado) é essencial para o crescimento de empresas. A prática aumenta a vantagem competitiva e deve unir tecnologia e equipes alinhadas, que garantem o desenvolvimento adequado dos processos.

O BI é responsável por avaliar como a empresa está colocada no mercado e traçar objetivos para que as metas sejam atingidas, a partir da análise de dados. Esse processo envolve uma grande carga de informações que, sem uma boa estratégia definida, podem ficar obsoletos.

De olho nesses desafios, o Blog Next conversou com João Blasco, economista, gestor de BI do Pecege e sócio da WBGI (empresa voltada para o crescimento de startups), que separou cinco dicas para você construir uma estratégia de BI. Confira!

De olho nas novas tecnologias

A análise de dados é um mercado promissor, mas também exigente. Inteligência analítica e domínio de ferramentas não são mais diferenciais. Blasco explica que é preciso, também, estar atento às mudanças tecnológicas e como elas impactam diretamente na produção de dados.

“O que se tem visto nesta última década é um esforço maior na produção de dados, muitas vezes até pouco relevantes ao negócio, mas que estão à disposição do analista”, comenta o economista.

Com isso, as bases de informações cresceram horizontal e verticalmente. Novas colunas e linhas exigem novas plataformas de análise e bases mais robustas para construir uma estratégia de BI.

A dica de Blasco é alinhar a evolução dos negócios com a incorporação de novas plataformas e tecnologias. “Seja por Excel, Python, R, Power BI, Tableau ou qualquer outra plataforma, o analista ou gestor de BI deve estar preparado para a atual dimensão do negócio.”

Defina os principais dados de análise

Cada negócio possui suas particularidades. “Avaliar uma empresa de aviação é diametralmente diferente de avaliar uma fintech (startups que inovam e otimizam os sistemas financeiros)”, exemplifica. 

Mesmo empresas de setores similares demandam produção personalizada de dados e relatórios. São diversas particularidades de ordem numérica, jurídica, contábil e financeira, além de informações específicas de cada departamento da empresa.

Para priorizar os dados de análise, a sugestão de Blasco é definir setorialmente quais são as principais informações a serem analisadas e qual a periodicidade dessa análise. A segunda etapa é avaliar quais dados podem ser unificados em uma métrica mais sólida. Unificados, eles tendem a ser mais completos.

“Por exemplo, numa instituição educacional uma área é responsável pelos números de entrada e saída de alunos. Outra área é responsável pelo financeiro. As duas possuem dados diversos, mas a unificação permite avaliar indicadores como custo por aluno, receita por aluno, impacto financeiro de desistências entre outros”, esclarece Blasco.

Monitore em tempo real

Para construir uma estratégia de BI, é importante que os dados estejam disponíveis e prontos para o uso de quem precisar analisar. Por isso, o cenário ideal é que as informações estejam acessíveis instantaneamente, com algoritmos equalizando os dados para relatórios imediatos.

“Durante muito tempo, esse monitoramento em tempo real foi uma exigência apenas para médios e grandes negócios. Contudo, com a entrada de novas empresas no mercado, as tomadas de decisões rápidas e data-driven (orientadas pelos dados) são exigidas com mais frequência”, comenta. 

Essa característica pode, muitas vezes, ser o diferencial entre uma startup com modelo de negócios escalável e outra que não consegue alcançar os clientes.

Integre a equipe de BI a outros setores

Ter uma equipe de BI é algo inovador e que viabiliza bons resultados à empresa. Mas essa é só a primeira etapa. Cada setor e subsetor da empresa dependem de informações, análises e resultados diferentes.

Uma boa prática é direcionar um colaborador de cada equipe para ser responsável pelo levantamento e análise de informações do seu setor. Este profissional é parte de um grupo mais amplo de analistas de dados. Com isso, o BI se torna uma equipe transversal dentro do negócio.

“Essa transversalidade permite uma análise mais ampla, direcionada e complementar do negócio. Porém, para isso, a empresa precisa desenvolver uma mentalidade integradora, em que as equipes tenham maturidade suficiente para compartilhar os resultados”, completa Blasco.

Padronize dados e relatórios

O ponto que diferencia uma análise profissional das demais é o layout e design dos relatórios. “Dentro da escala de tempo que se gasta com BI, a maioria dos analistas gasta mais tempo com a limpeza da base de dados. Em segundo lugar, com a análise dos dados. E, por último, com a montagem e layout do relatório”, define.

Por mais exaustiva que essa tarefa possa parecer, ao construir uma estratégia de BI, ela é a principal forma de contar a quem estiver avaliando seu relatório a história que os dados disseram durante a análise.

“Por isso, vale muito a pena se esforçar para fazer uma apresentação concisa, prática e bonita. Caso este não seja muito o seu forte, é importante poder contar com alguém na equipe que possua essa habilidade”, conclui Blasco.

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