Com os desafios de trabalhar conjuntamente o alcance dos resultados empresarias e o cuidado com os profissionais e colaboradores, surge a necessidade de se aprender a arte de liderar. A dica é da professora do curso de Liderança e Líder Coach da Plataforma Solution, Denise de Moura.
Aquela imagem do gestor autocrático, com poder centralizado e tratando as pessoas da equipe como números já não tem mais espaço nas empresas. Especialmente porque esse comportamento pode estimular condutas inadequadas dos funcionários.
Um bom exemplo citado pela professora é o gestor que somente avalia e reconhece o trabalho da equipe a partir dos resultados apresentados. Nesse cenário, os profissionais podem entender que o objetivo na empresa é apenas bater metas e gerar um ambiente mais competitivo e agressivo e menos colaborativo.
“Mesmo que esse tipo de gestão apresente resultados a curto prazo, a médio e longo prazo pode adoecer um time inteiro”, alerta Denise.
Resultados sustentáveis
Mas então, como atingir resultados e, ao mesmo tempo, manter a equipe saudável emocionalmente? Denise explica que a arte de liderar exige participação ativa dos gestores no engajamento e comprometimento das pessoas que lidera.
“Este não é um processo fácil. A motivação é, comumente, uma característica muito pessoal e que depende de cada um, individualmente. Contudo, é possível que alguns comportamentos do líder influenciem o envolvimento dos profissionais”, comenta.
A professora destaca três pontos fundamentais para auxiliar nesse processo:
- Competência: além das habilidades para realizar uma atividade específica, a competência é sobre ser ágil e eficiente durante uma crise, assim como solucionar problemas complexos em conjunto com a equipe.
- Credibilidade: a personalidade do gestor também entra em jogo quando o assunto é uma boa liderança. É preciso consistência entre os discursos e as ações para passar credibilidade. Também é importante escutar e aceitar opiniões diferentes.
- Confiança: os dois primeiros pontos são essenciais para que o gestor transmita confiança. Isso identifica um líder que cumpre as promessas, diz a verdade, se desculpa quando comete erros e acredita em si mesmo.
Diferentes gerações
Equipes com pessoas de diferentes gerações são cada vez mais comuns e estão entre os desafios da arte de liderar. Isso significa lidar com profissionais de diferentes valores e vivências. Assim, o líder deve conhecer cada pessoa do seu time para propor, por exemplo, programas de mentoria, em que os funcionários mais experientes capacitam os mais novos e vice-versa.
Essa troca entre gerações é fundamental para o desenvolvimento das pessoas que convivem dentro de um mesmo ambiente – e o respeito é o ponto de partida desse processo.
Equipe globais
Outra tendência que já está em aplicação nas empresas são as equipes globais, com integrantes trabalhando em diferentes países de forma remota ou mesmo em casa, no formato home office. “Nesses casos, é imprescindível que o líder promova um sentimento de unidade entre elas, utilizando as diferenças culturais a favor do grupo”, ressalta Denise.
Algumas dicas da professora envolvem reunião periódicas e metas para serem atingidas em equipe. Nesses momentos, o líder deve relembrar os profissionais da importância do grupo para a estratégia geral da empresa e como cada funcionário contribui com o crescimento corporativo.
Autocuidado
O cargo de liderança pode ser muito solitário. Por isso é importante uma boa gestão também na vida pessoal, para conciliar família, lazer e amigos com o trabalho. Do contrário, o gestor pode desenvolver doenças físicas e psicológicas, fruto da má administração das responsabilidades e prioridades.
“Ser eficiente pouco tem a ver com as horas da sua jornada de trabalho”, adverte Denise.
Gestão com pessoas
A arte de liderar tem a ver, principalmente, com a gestão com pessoas, em vez da gestão de pessoas. É preciso que o líder goste de gente, para fazer a diferença na vida dos outros e contribuir para o crescimento da equipe.
Segundo Denise, muitas pessoas em cargos de liderança ainda não se tornaram líderes pois não são exemplo nem inspiram os colegas a serem melhores todos os dias. A professora exemplifica com a figura de um profissional que tem um conhecimento específico e consegue compartilhar com o grupo. Essa pessoa tem o “poder de especialização” e gera credibilidade pela experiência e talento. “Os demais se espelham nele.”
O contrário vale para os gestores que utilizam o “poder coercitivo” ou o “poder de recompensa”. Eles funcionam mais ou menos na base do “faça o trabalho porque eu mando e pago seu salário”. O máximo que isso gera é obediência, mas sem respeito, confiança, comprometimento ou admiração.
Visão de futuro
Também é importante que a arte de liderar apoie suas bases na visão de futuro. “E isso ocorre a partir do desejo de realizar algo especial, que consiga envolver e estimular o time a alcançar resultados nunca conquistados”, comenta.
Mas nada adianta essa visão de futuro se ela não for compartilhada e aberta a receber sugestões e alterações. Para isso, o autoconhecimento é fundamental: o líder deve conhecer suas emoções e medos para controlar seus impulsos e demonstrar humildade e flexibilidade.
Habilidades sociais e emocionais
Quem está interessado em desenvolver a arte de liderar precisa ficar atento a algumas habilidades sociais e emocionais cada vez mais ligadas à liderança, como gestão de tempo, inteligência emocional, criatividade, flexibilidade cognitiva, empatia, negociação, escuta ativa, resolução de problemas e pensamento inovador.
“A maioria dessas competências foi listada pelo Fórum Econômico Mundial como as mais importantes e que todo profissional precisa desenvolver até 2022. Entretanto, o mais importante é o comportamento ético. Respeitar a todos, saber escutar, ter um discurso igual a prática e sempre dizer a verdade são essenciais e vitais para uma boa liderança”, conclui Denise.
E você? Está preparado para ser um líder do futuro? Conte nos comentários!