A LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) já é uma realidade no Brasil e as empresas precisaram se readequar a isso nos últimos meses. Mas qual será o impacto das mudanças da LGPD no Marketing Digital e em todo o ecossistema digital?
Após o escândalo da Cambridge Analytica (em que dados de usuários do Facebook foram disponibilizados para utilização sem consentimento), falar em proteção de dados no universo online se tornou muito recorrente.
E, claro, coube o Marketing Digital rever seus fundamentos e estratégias sobre a utilização de dados.
Os dados no Marketing
Segmentação, remarketing e e-mail marketing. Essas são apenas algumas das possibilidades de utilização do Marketing Digital para alcançar com mais eficácia o seu público. E o que elas têm em comum? Todas requerem dados pessoais de usuários para realização de uma ação.
Para a LGPD, essas informações não podem ser classificadas como simples dados. Elas representam pessoas reais. E pessoas não são propriedades de empresas. Assim, esses dados precisam ser tratados com transparência e com a possibilidade de aceitarem ou não sua manipulação.
Histórico
Mesmo que, em um primeiro momento, a LGPD no Marketing Digital possa assustar e até aparentar um certo retrocesso, informações sobre a GDPR (sigla em inglês para Regulamento Geral de Proteção de Dados), regulamentação europeia na qual a LGPD foi inspirada, mostram que o futuro pode ser ainda mais promissor no ecossistema digital.
De acordo com uma pesquisa realizada pela SaleCycle um ano depois da introdução da GDPR na Europa, quase 85% das empresas de Marketing Digital avaliam a nova regulamentação como positiva aos negócios. Isso porque elas estariam trabalhando com uma base de usuários mais engajada que o de costume.
As adaptações realizadas de maneira correta possibilitaram algumas vantagens para o Marketing Digital e ainda otimizaram alguns processos.
Permissão
As áreas de Marketing Digital relacionadas à captação de leads (como redes sociais e e-mail marketing, por exemplo) precisam de autorização dos usuários para utilização dos dados em atividades promocionais.
Os mais imediatistas podem pensar que o número de leads, então, vai diminuir. Mas a verdade é que o nível de qualificação deles é que tende a aumentar. Assim, eles estão mais sujeitos a engajar e até converter durante uma campanha.
Tudo isso porque, para conseguir os dados, cabe à empresa investir na geração de valor e aprofundar o relacionamento com consumidores, a fim de estabelecer vínculo de confiança suficiente para obter as informações.
A tendência, então, é que a LGPD no Marketing Digital contribua para estratégias mais assertivas.
Acesso
Além de permitir que as empresas acessem seus dados, os usuários também passam a ter mais controle sobre eles, com a possibilidade de acessá-los e excluí-los quando quiserem.
Assim como no caso da permissão, muita gente pode ficar receosa quanto à diminuição do número de leads. Mas é preciso voltar a um dos ensinamentos básicos sobre Marketing Digital: qualidade é melhor do que quantidade.
Esse controle permite atingir somente quem realmente está interessado e confia na marca. O trabalho para construir um relacionamento e fidelizar pode ser árduo, mas muito mais recompensador do que ter uma grande base de leads com baixa taxa de conversão.
Justificativa
Cada dado coletado deve ser legalmente justificado. Assim, os usuários ficam mais protegidos contra a utilização inadequada de suas informações e as empresas conseguem focar nos dados que são realmente necessários para sua estratégia, evitando a criação de bancos de dados excessivos e pouco eficazes.
Você já tinha pensado sobre o impacto da LGPD no Marketing Digital? Compartilhe com a gente suas ideias!