Mesmo que a recomendação seja não se importar com o que os outros pensam sobre você, alguns feedbacks podem ser importantes para o seu crescimento pessoal e profissional. Aliadas à forma como você se enxerga, essas opiniões podem ser alocadas na Janela de Johari para te guiar em uma jornada de autoconhecimento e comunicação interpessoal.
Portanto, a principal premissa dessa técnica é que nosso conhecimento sobre nós mesmos também se forma a partir da percepção dos outros. Afinal, vivemos em sociedade e a imagem que você passa também é parte de quem você é.
Essa ferramenta foi criada nos anos 1950 por dois psicólogos norte-americanos que juntaram seus nomes para nomeá-la: Joseph Luft e Harrington Ingham.
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Eixos e quadrantes
Para começar a Janela de Johari, defina dois eixos, um horizontal (eu) e um vertical (outros), como um gráfico. A partir deles é possível criar quatro quadrantes com o que é reconhecido e desconhecido pela própria pessoa e o que é reconhecido e o desconhecido pelo grupo sobre a pessoa.
Os quadrantes, então, são:
- Eu aberto: reconhecido por todos (pessoa e grupo)
- Eu cego: reconhecido pelo grupo e desconhecido pela pessoa
- Eu secreto: reconhecido pela pessoa e desconhecido pelo grupo
- Eu desconhecimento: desconhecido por todos (pessoa e grupo)
A Janela de Johari na prática
Honestidade é palavra-chave na hora de aplicar a Janela de Johari. Afinal, quanto mais desprovido de julgamentos e possíveis interpretações subjetivas demais, mais fácil será não se sentir chateado com as respostas formuladas pelo grupo.
Para preencher os quadrantes, vale começar com uma lista de atributos que podem se dividir em duas categorias: positivos ou virtudes e negativos, defeitos ou pontos de melhoria. Veja algumas sugestões de aplicação:
- Imagem própria: quando for o momento da autoavaliação, defina 10 virtudes e 10 pontos de melhorias que mais representam sua personalidade
- Imagem que passa para o grupo: escolha cerca de cinco pessoas do seu círculo de relacionamentos que você confie e te conheçam bem. Essas pessoas podem ser definidas a partir do objetivo da aplicação da técnica, se é mais pessoal ou profissional. Forneça uma cópia da lista de virtudes e defeitos e peça para que elas indiquem 10 de cada categoria também. Para obter o máximo de sinceridade possível, lembre os participantes que as respostas são anônimas.
- Comparação: os pontos em comum entre as suas respostas e as dos outros são colocadas no “eu aberto”. O que foi apontado pelo grupo e você não listou vai para o “eu cego”. As características que você elencou e não foram citadas por ninguém fazem parte do “eu secreto”. Já o quadrante do “eu desconhecido” é a área mais promissora, que não foi identificada com nenhuma característica e que está aberta a novas descobertas.
Análise
Conseguiu todas as respostas que precisava para a sua Janela de Johari? Então é hora de dar início aos momentos de autoconhecimento, que podem ocorrer individualmente ou compartilhados em sessões de terapia, por exemplo.
O “eu aberto” engloba as características com as quais você se sente mais confortável. Você não tem medo de expô-las para o mundo e deixá-las transparecer.
Já o “eu cego” da Janela de Johari se refere a tudo aquilo que você faz sem saber. São as características que você deixa as pessoas acessarem e que são percebidas pela sua comunicação verbal e não-verbal e nas reações diante de diferentes situações.
Enquanto isso, o “eu secreto” reúne o que, de alguma forma, você não quer expor para os outros. Medo de julgamentos ou de reações negativas podem ser alguns motivos para que você não deixe essas características aparecerem de forma clara e objetiva.
E o “desconhecido” são as oportunidades, já que são atributos que você não consegue identificar em um primeiro momento, mas que podem ser aprimorados e desenvolvidos com o passar do tempo.
Você já conhecia a Janela de Johari? Compartilhe suas histórias com a gente!